A alguns dias de me por daqui para fora, de me deslocar ao Sul, não tenho nada para dizer!
Lá em casa colocamos a vida em espera... Para qualquer tarefa que pareça fora do habitual, que obrigue a um esforço acima do que é possível ao fim de um ano de trabalho, quase initerrupto, tudo fica para Setembro! Quando voltarmos.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Sempre a Sorrir
O fim de semana foi muito bom! Ri, chorei a rir, diverti-me, conversei, ouvi música, soube-me tão bem! Passou a correr, como qualquer coisa boa. E deixou marcas tão positivas... Foi um fim de semana de emigrantes, nós emigrantes em Londres e ele emigrante em Luanda. E foi um fim de semana de recordações boas, reconfortantes.
Entre nós, os emigrantes, foi dito que só quem está fora sabe da importância do contacto (mesmo que esporádico) dos amigos que ficaram. Mesmo que seja uma linha curta num email, uma chamada não atendida - significa o mundo para nós que partimos. E não fui eu que o disse. E mais uma vez o regresso às origens, ao porto seguro, é necessário para o (meu) bem estar.
A minha vontade de regresso, a minha necessidade de regresso, tem sentido. Não é um mero capricho. Lá temos a identificação, temos a essência. Lá temos os amigos, temos quem nos quer bem. Aqui temos refúgios, atalhos das vontades. Aqui temos o sentimento de permanente defesa, aqui temos a construção de um forte à volta da família. Aqui temos subterfúgios. Aqui temos simulações toscas de lá. Aqui temos o sonho do regresso. Temos o sonho de lá. Lá temos o sorriso, o sol, e não apenas o sorriso facial, não apenas a estrela solar, mas a alegria. Aqui temos a rotina, temos as saudades da essência. Aqui temos o dia-a-dia. Lá temos a vida!
O fim de semana culminou com um texto de uma amiga em que se lê: “E gosto de te ver sorrir J.” , para além de ter partilhado o link de um filme que viu e adorou. Há alguma coisa que substitua este carinho? Não há!
O fim de semana fez-me sarar algumas feridas que eu própria ajudei construir. Feridas sem sentido, mas pelas quais não tenho qualquer rancor. O fim de semana deixou-me bem com a vida, sinto-me melhor com a escolha que tomámos e sinto-me confortável. O fim de semana demonstrou-me que somos todos especiais, cada um à sua maneira. E é apenas preciso aceitar a diferença e, sobretudo, aprender a aceitarmo-nos. O fim de semana deu-me força para o dia-a-dia e para a luta pelo regresso. Demonstrou-me como sou sortuda com o que tenho e como devo gostar de mim.
O fim de semana foi muito bom, sim! E fez-me manter o sorriso e sentir-me leve!
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Escrita
A minha escrita não é bonita, não é engraçada, não é bem estruturada, não é inspiradora, não tem assuntos intelectuais, não fala sobre a actualidade, quase ninguém sabe dela! Mas deixa-me mais leve. Permite-me libertar as energias negativas que passam por mim e permite-me sorrir mais, ter mais paciência! Deixa-me sonhar que um dia possa dedicar-me apenas aos que amo.
A minha escrita não traz nada ao mundo, mas traz-me algum conforto. Gostaria que a minha escrita conseguisse organizar-me. Para já conseguiu que eu ultrapassasse a inibição de escrever. E para já é a minha pequena vitória!
terça-feira, 28 de maio de 2013
Do Fim de Semana
Este fim de semana foi inesperado em tudo: o tempo esteve óptimo, ao contrário do que estava previsto, limpei a casa muito mais depressa do que imaginara ser possível, já que a casa agora é muitíssimo maior, combinamos um churrasco à última da hora com amigos portugueses. Não me dediquei às tarefas domésticas todas, não me dediquei aos meus trabalhos manuais.
Tive imensas saudades de Portugal; chorei por causa dessas saudades enquanto ouvia Fado, diverti-me. A minha filha estava radiante com a companhia dos amigos.
Acho que este fim de semana foi um exemplo perfeito do que me pode esperar nos próximos tempos em Inglaterra: a emigração tem o seu lado positivo e o seu lado negativo. Só desejo que eu tenha a maturidade suficiente para valorizar o lado bom das coisas: o que tenho em Londres, as memórias do tempo que vivi em Portugal e ao mesmo tempo conviver pacificamente com a vontade e o objectivo que nos têm dado força para encarar o dia-a-dia: o regresso a sul!
sexta-feira, 24 de maio de 2013
Língua Materna
Aprendi muito cedo que língua mãe é a minha verdadeira zona de conforto. É a minha identidade, a minha cultura, o meu porto seguro, a minha casa, o meu aconchego. Esta consciencialização deu-se cedo na minha vida. Deu-se na escola onde as aulas eram em alemão, e onde comecei a cansar-me de sentir que não me expressava na minha plenitude. Ou acabava por não falar, ou sentia que não me fazia entender. Não sentia as palavras, o seu significado e conceito e sentia que as pessoas não sentiam o que eu queria transmitir.
Hoje sinto o mesmo. Hoje que vivo em Londres, que até trabalho em português, sinto o mesmo. E cansa-me, deixa-me com a sensação de isolamento.
Mesmo no meio laboral, onde me posso exprimir em português, nem sempre sou compreendida. Os meus colegas brasileiros podem perceber as palavras, mas não entendem a carga cultural que as minhas palavras carregam. E isso cansa-me tanto...
Tenho receio que a minha filha sinta o mesmo. Vejo que ela se expressa num tom mais baixo quando fala em inglês com outras crianças, talves por saber que não é a sua língua. Parece-me que se sente mais à vontade, menos tímida, quando lida com crianças portuguesas.
Tenho receio que ela se sinta isolada, sem ainda se aperceber desse isolamento; tenho receio do que possa despoletar na sua personalidade. Tenho receio que sinta que esse isolamento seja natural, seja normal...
Eu adoro poder comunicar em línguas diferentes, mas prefiro o dia-a-dia na minha língua, na minha identidade, na minha zona de conforto!
Mais do Mesmo
Estou naquelas fases / dias que preciso concentrar-me bastante para não ir abaixo. Leio coisas que deveriam provocar-me sorrisos, que deveriam dar-me alento, mas a angústia quer instalar-se no peito.
Depois de finalmente ter mudado de casa, de termos espaço para nós e para a nossa menina, depois de termos decidido que afinal a estadia em Londres vai de facto prolongar-se, depois de termos a certeza que iremos ter ajuda familiar em permanência, talvez (in)conscientemente me sinta mais longe de casa.
Ao ver as imagens de Portugal, dos locais onde nasci e cresci, onde me identifico, sinto que estou a perder a ligação ao meu canto. Não a ligação cultural ou emocional, mas a física. E essa distância dói.
Continuo a olhar para as pessoas no seu meio, e acho que essas pessoas não entendem a sorte que têm, o privilégio que é poderem misturar-se com a calçada portuguesa, com o céu azul, com o mar e o seu cheiro; com as pessoas a expressarem-se sempre na sua língua mãe. Não há dinheiro que pague esse conforto! Mas não é fácil encontrar uma forma de sobrevivência digna.
Olho para a minha menina e sinto a maior tristeza em pensar que ela se está a desenvolver fora de Portugal, a criar raízes em Inglaterra, noutra língua que não a nossa.
Dói não reconhecer muitas histórias que a Maria João aprende e que não fazem parte da minha infância. Por outro lado tenho o maior orgulho no seu desenvolvimento, na sua capacidade de absorção de informação em duas línguas. Não quero, contudo, que ela se esqueça que é portuguesa, onde nasceu e para onde nós possamos levá-la o mais brevemente possível.
Ontem escrevi que me sinto exilada em Londres, não por questões políticas, mas por mera questão financeira. Não consigo voltar... Não podemos correr esse risco com a nossa menina.
sexta-feira, 15 de março de 2013
Posse
04/03/2013
Abro o meu blog e sinto o maior orgulho. Não que tenha alguma razão (aparente) para sentir este orgulho, mas é meu, sou eu que decido o que escrevo. Os meus textos não têm qualquer interesse, mas são meus. E eu gosto deles.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Humildade vs Ambição (ou mero desejo, ou objectivo, ou capricho)
Pensando em
tudo o que tenho, material e imaterial, só posso chegar à conclusão de que
sou uma pessoa muito sortuda. Todos temos saúde! Esse é o bem mais precioso que
de facto podemos ter; temos conforto suficiente que nos permita ter os bens
essenciais para o nosso bem estar e para o desenvolvimento saudável da nossa filha.
Por isso acho que devia ser mais humilde em relação à vida! Penso também que não há mal
em ser ambiciosa, em querer um pouco mais para nós. Em querer regressar para o
nosso canto, onde acredito que possamos ser mais felizes, onde sinto que
pertencemos. Estando aqui há quase 5 anos, onde a nossa filha tem crescido
(desde os 8 meses), tenho obviamente receio que o canto dela seja este
(também). A minha urgência no regresso deve-se também a isso.
Penso ainda
que só conseguiremos concretizar este objectivo no momento em que me torne mais
humilde e aceite de coração aberto o que já temos! Acredito que nesse dia venha
o nosso presente.
Não
acredito em destino, mas dou por mim a pensar que talvez todos nós tenhamos um
percurso de vida já delineado, dependendo sempre da nossa intervenção de
acelerar o alcance dos nossos destinos. Se assim for, se o percurso estiver de
alguma forma delineado, se estivermos sempre atentos ao que a vida nos vai
trazendo e trabalharmos com verdadeira dedicação ao que nos propomos,
atingiremos o nosso objectivo. Quero acreditar que sim!
Uma vez o
meu pai disse-me que “há males que vêm por bem” e senti dentro de mim que essa
é uma das verdades na vida. A minha dificuldade reside em aceitar o
que a vida nos oferece porque nem sempre é o que sonho para nós.
Qualquer um
de nós tem direito a sonhar, não há mal nenhum nisso, e não há mal nenhum em
pretender o melhor para si e para os seus.
Tenho muito
receio de estar a querer uma coisa que não seja o melhor para nós. Tenho o
maior receio de sair da estabilidade e não conseguir mantê-la. Tenho o maior receio de prejudicar o desenvolvimento da
nossa filha.
Não há
lugar para três ou quatro pessoas no local onde nasceram?
O ideal é
saber conjugar ambição e humildade e manter o sorriso! A dificuldade é
conseguir saber conjugar ambição e humildade e manter o sorriso!
Motivação - Projectos
Quase tudo
na minha vida, hoje em dia, gira não só à volta da vontade de regresso a
Portugal, mas também na necessidade de manter a capacidade de sorrir onde
(ainda) estou. Por mim e por quem amo!
E em modo
de “new year’s resolution” encontrei uma forma de me motivar enquanto não posso
começar a planear a mudança: um projecto estritamente pessoal, sempre com a
família como alvo - o crochet. Um projecto imediato.
Esta vontade
e gosto sempre estiveram latentes em mim. Não me lembro com que idade fiz o
primeiro cachecol. Mais tarde, não sei precisar
quando, fiz dois quadros em ponto-cruz. Sempre que as minhas mãos permitiam
dedicava-me ao meu trabalho manual.
Pelo menos
entre 15 e 18 anos depois regressa a vontade! E esta vontade nasceu de muitas
leituras de blogs, do reencontro de pessoas que fizeram parte da minha adolescência
e cuja vida profissional passa pelo artesanato, nasceu do acordar do interesse
de tudo o que é nacional.
Hoje, lendo
http://retrosaria.rosapomar.com/,
uma das retrosarias portuguesas que mais gosto, chego mais uma vez à conclusão de
que não tenho noção do que faço, e que necessito mesmo de pesquisar e praticar
muito.
Mas o que
me tem interessado bastante é a riqueza nacional do artesanato português. É a velha
história: quanto mais pesquiso, mas sei que nada sei.
Voltando ao
crochet, decidi começar por uma peça simples, apenas com dois pontos, mas uma
peça longa: uma manta para a minha filha. O facto de ser uma peça longa, e eu
não ser uma pessoa paciente, tem-me dificultado a concentração na coisa. Gosto
de resultados quase imediatos, com sucesso. Não é o caso da manta!
Posso adiantar que o sucesso parece-me garantido. Dá-me alento que esteja
bonito, que venha a ser útil, que os familiares gostem do que estou a fazer.
Gosto de manusear o que já está feito. E
aproveito esta sensação de prazer, para ir pesquisando mais sobre o crochet, a
sua utilidade para além do prazer. E é difícil. O crochet parece sempre ser
remetido para segundo plano do tricot.
E parece-me
que é esta dificuldade que me tem trazido ainda mais curiosidade e vontade de
aprender a arte do crochet.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
No fim de semana (ou noutro dia qualquer)
Estive uma
tarde inteira em casa de uma família iraquiana. Só me é possível ter acesso a
este tipo de experiência por estar a viver em Londres. E apesar das óbvias
diferenças culturais entre mim e a anfitriã, há um denominador comum: a
distância às nossas raízes, a falta do sol e as lágrimas.
Ambas
sentimos o mesmo: a mesma angústia pela distância do que é verdadeiramente
nosso, com o que nos identificamos; ambas reconhecemos que a opção que tomamos
nos tem trazido uma estabilidade financeira que não teríamos encontrado nos
nossos lugares, no caso iraquiano, uma segurança física também, mas não nos
conforta completamente, nem nos seca as lágrimas. E este sentimento não tem
nacionalidade, raça, credo. É universal!
A
incompreensão dos que ficaram e nos viram partir deixa-nos ainda mais tristes e
com vontade de berrar aos quatro cantos do mundo que a estabilidade financeira
é importante sim, sobretudo quando temos a responsabilidade da maternidade, mas
não é tudo! Claro, é o mais importante, ou não estaríamos nós fora, mas não
diminui a dor da distância nem a vontade do regresso. E essa responsabilidade
também nos traz uma vontade maior de regressar ao local onde podemos dizer
aos nossos filhos onde crescemos, onde são as ruas por onde passeamos tantas
vezes. Intuitivamente sonhamos vê-los crescer nos mesmos locais.
Tenho a
maior vontade de falar a todos os que estão onde pertencem que aproveitem!
Aproveitem bem e sintam-se especiais por isso. Sintam que são privilegiados por
poderem pisar o local que vos reconhece. Não somos somente nós que reconhecemos
o local onde nascemos.
A mudança
para outro país fez-me amar o meu canto (à beira mar plantado), fez-me ter (mais)
orgulho no que sou, nas minhas origens, querer fazer parte dele. Fez-me acordar
para o que sou. Faz-me também, por vezes, detestar tudo o que não é meu,
repudiar as diferenças e sentir-me sempre deslocada, desconfortável, ter
atitudes que sempre critiquei veementemente. A bem da sobrevivência,
no entanto, tive de adoptar essas atitudes como defesa rotineira. Porque sou mais uma no meio de
tantas outras origens! Sou mais um ser individual que não faz parte de nada.
A mudança
para outro país transformou a minha casa. A minha casa passou a albergar um espaço
linguístico e territorial imenso e com um sentido mais abrangente, onde entendo
os olhares sem precisar de explicações verbais, onde sei reagir sem receios,
onde sinto que faço parte.
Se me
perguntarem do que não gosto onde estou, não encontro as palavras certas, nem
consigo definir o que não gosto. Não gosto de nada, mas sinceramente não tenho
razões para não gostar. A razão, essa, não tem tanta importância para mim,
porque o que sinto é mais forte, e sinto que não sou daqui.
O meu
sentido sul pode ser adiado, pode não acontecer no momento que eu quero, mas
está marcado no calendário!
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Sentido Sul
E pronto. Não doeu, não foi óbvio, mas não doeu!
Não sei bem o que vai sair daqui, mas iniciei o meu Sentido Sul. Quem sabe se não será mais um passo no sentido sul e no sentido do sorriso.
O mês de Fevereiro é-me especialmente querido, é o mês do meu aniversário, talvez por isso hoje sentisse um impulso mais forte para começar o meu espaço virtual. Talvez por isso nem tenha questionado a validade deste passo; dei-o!
E pronto não doeu, não foi óbvio, mas não doeu!
Não sei bem o que vai sair daqui, mas iniciei o meu Sentido Sul!
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